“Filhos do sol, mãe dos viventes”: sobre o enunciador do “Manifesto Antropófago”

Auteurs

  • Alexandre Nodari Universidade Federal do Paraná | species/CNPq

DOI :

https://doi.org/10.34913/journals/lingualugar.2022.e973

Mots-clés :

Manifestes, Oswald de Andrade, Anthropophagie

Résumé

Tout au long du « Manifeste Anthropophage », un sujet est énoncé de manière oblique. Que ce soit à travers la « première personne du pluriel implicite dans le texte » (Azevedo, 2016, p. 99), tantôt inclusive, tantôt exclusive, ou comme complément verbal (c'est-à-dire comme objet), ou pronom possessif, le « nous » qui constitue son énonciateur n'est presque jamais pleinement explicité, dans son entièreté. Cependant, ce qui devrait être la plus élémentaire des questions sur l'anthropophagie oswaldienne, à savoir qui (est l'anthropophage qui) se manifeste dans le « Manifeste Anthropophage », n'a pas encore reçu l'attention nécessaire de la part des critiques, à quelques exceptions près, parmi lesquelles se distingue l'analyse séminale de Beatriz Azevedo (2016). Peut-être parce que la manière dont elle se manifeste rend plus compliqué de répondre de manière un minimum satisfaisante à la question que le texte ne cesse de poser : « nous, qui ? ».

Biographie de l'auteur

Alexandre Nodari, Universidade Federal do Paraná | species/CNPq

Professor de literatura e filosofia na Universidade Federal do Paraná, e fundador do species – núcleo de antropologia especulativa. Pesquisador 2 do CNPq, prepara um livro sobre a Antropofagia de Oswald de Andrade.

Références

Agamben, G. (2010). “TIQQUN, o retorno”. Trad. Erick Corrêa. Sopro, n. 39, Desterro, pp. 3-5.

Aguilar, G. (2010). Por una ciencia del vestigio errático. Buenos Aires: Grumo.

Andrade, O. de. (2011). A utopia antropofágica. 4. ed. São Paulo: Globo.

— (2009). Os dentes do dragão: entrevistas. Org. Maria Eugenia Boaventura. 2. ed. São Paulo: Globo.

— (1929). “O senso esthetico de pöe”. o q a, n. 8, Rio de Janeiro, 26 set., p. 12.

Anônimo. (1929). “De antropofagia”, Revista de Antropofagia, 2. dent., n. 4, Diário de S. Paulo, 7 abr., s.p.

Araripe Jr., T. (1910). Gregório de Matos. 2. ed. Paris: Garnier.

Astrada, C. (2006). El mito gaucho. Ed. crítica de Guillermo David. Buenos Aires: Fondo Nacional de las Artes.

Azevedo, B. (2016). Antropofagia: Palimpsesto selvagem. São Paulo: Cosac Naify.

Bopp, R. (2008). Vida e morte da antropofagia. 2. ed. Rio de Janeiro: José Olympio.

Couto de Magalhães, J. (1975). O selvagem. Ed. comemorativa. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EdUSP.

— (1935). O selvagem. 3. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional.

Cruls, G. (1938). A Amazônia que eu vi: Óbidos – Tumucumaque. 2. ed. São Paulo: Cia. Editora Nacional.

Lévi-Strauss, C. (1957). Tristes trópicos. Trad. Wilson Martins. São Paulo: Anhembi.

Nodari, A. (2015). “‘A transformação do Tabu em totem’: notas sobre (um)a fórmula antropofágica”. Das Questões, vol. 2, n. 2, pp. 8-44.

— (2021). “A oca de Clóvis de Gusmão: sobre a página antropófaga na revista O Q A (O que há)”. Landa, vol. 9, n. 3.

— (2018). “Antropofagia. Único Sistema capaz de resistir quando acabar no mundo a tinta de escrever”. In: Mendonça, J. (org.). Que pós-utopia é esta? São Paulo: Giostri, pp. 127-151.

— (2017). “A única lei do mundo”. In: Coelho, F.; Magalhães, M.; Cera, F. (orgs.). Coleção ensaios brasileiros contemporâneos – Literatura. Rio de Janeiro: Funarte, pp. 13-43.

Nodari, A. e Amaral, M. (2018). “A questão (indígena) do Manifesto Antropófago”. Direito e Práxis, vol. 9, n. 4, Rio de Janeiro, pp. 2461-2502.

Pater [Júlio Paternostro?]. (1929). “Intróito da odysséazinha”. Revista de Antropofagia, 2. dent., n. 10, Diário de S. Paulo, 12 jun. 1929, p. 10.

Valentim, M. (2018). “Antropologia & Xenologia”. Eco-pós, vol. 21, n. 2, pp. 343- 363.

Viveiros de Castro, E. (2002). A inconstância da alma selvagem. São Paulo: Cosac & Naify.

— (1986). Araweté: os deuses canibais. Rio de Janeiro: Zahar/Anpocs.

Publiée

2022-11-11

Comment citer

Nodari, A. (2022). “Filhos do sol, mãe dos viventes”: sobre o enunciador do “Manifesto Antropófago”. Língua-Lugar : Literatura, História, Estudos Culturais, 1(5), 80 — 105. https://doi.org/10.34913/journals/lingualugar.2022.e973