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OPEN CALL / CHAMADA PARA ARTIGOS:
Secção: Varia | PERMANENTE
Língua-lugar # 5 | junho 2022
Dossiê temático: A Semana de Arte Moderna de São Paulo: 100 anos depois
De 13 a 17 de fevereiro de 1922, um grupo de intelectuais e artistas se reuniram no Teatro Municipal de São Paulo para realizar a Semana de Arte Moderna. Muitos dos seus participantes são conhecidos: Graça Aranha, Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Emiliano Di Cavalcanti, Menotti del Picchia, Villa-Lobos, Ronald de Carvalho. Este viria a ser o acontecimento propiciador de paradigmas ético e estético renovadores da sensibilidade artística local e nacional. Apesar de ser a semana mais comentada na história da literatura brasileira, ainda há muito o que ser discutido a respeito dela em uma perspectiva histórica. Por exemplo, no prefácio à edição francesa de O menino do engenho, de José Lins do Rego, “La voix du sang”, Blaise Cendrars posicionou-se criticamente em relação às aventuras do modernismo paulista: “Estes jovens modernistas paulistanos tinham um talento louco, humor, gíria popular, vocabulário negro e um sentido aguçado de provocação, de polêmica, de atualidade. Mas o que restaria deles depois de duas ou três décadas? (...) Eles fazem isso para entrar no museu, não para viver com isso!” Para além de uma homenagem, o presente dossiê almeja uma releitura crítica do centenário da Semana de Arte Moderna de São Paulo através de análises sobre a recepção do movimento dentro e fora do Brasil, além de cartografias de suas tensões internas e dos posicionamentos reativos à programática modernista, como o Verde-Amarelismo e as diversas revistas surgidas a partir de 1922. Assinalando contrapontos à reiteração do entusiasmo da festa modernista, o dossiê deseja percorrer desde a densidade cromática das obras de Anita Malfatti, Di Cavalcanti ou Oswaldo Goeldi, passando pela dimensão da tristeza em Retrato do Brasil, de Paulo Prado, pela obra de Vicente do Rego Monteiro, pela presença de figuras satélites como Blaise Cendrars, John Graz, Antonio Moya, até as brigas, disputas e rupturas que se desdobraram ao longo do século XX e cruzaram as duas primeiras décadas dos anos 2000. Os textos devem ser enviados para lingua-lugar-info@unige.ch até 21.12.2021. Organizadores do dossiê: Eduardo Jorge de Oliveira e André Masseno.