https://oap.unige.ch/journals/lingua-lugar/issue/feedLíngua-lugar : Literatura, História, Estudos Culturais2022-11-11T13:21:39+00:00Nazaré Torrãolingua-lugar-edicao@unige.chOpen Journal Systems<p><em>Língua-lugar : Literatura, História, Estudos Culturais</em> est un magazine numérique interdisciplinaire en libre accès qui vise à interroger les discours littéraires, historiques, sociaux et artistiques sur l'histoire et la culture des pays lusophones. Il est associé a <em>Cátedra Lídia Jorge</em> et ouvert aux universitaires du monde entier qui souhaitent y contribuer, ce qui permet de dialoguer dans une perspective mondiale. Ses articles sont soumis à un examen anonyme par des pairs.</p>https://oap.unige.ch/journals/lingua-lugar/article/view/969Após a Semana (e um pouco mais de) um século2022-10-30T11:26:13+00:00Eduardo Jorge de Oliveiraeduardo.jorge@rom.uzh.chAndre Massenoandre.masseno@rom.uzh.ch<div class="page" title="Page 15"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>Há um pouco mais de cem anos – precisamente entre os dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922 –, um grupo de intelectuais e artistas se reuniram no Teatro Municipal de São Paulo para realizar a Semana de Arte Moderna. Neste ano de 2022, debates e discussões elucidam como todo um século foi mobilizado ao redor desse evento. No calor dos debates e das dezenas de publicações recentes relativas ao tema,1 pode-se muito bem parafrasear o célebre clássico de John Reed, Dez dias que abalaram o mundo (2010), para afirmar que a Semana abalou o século, pondo à prova a cada década a crítica, os historiadores e outros artistas a depurar influências locais, rever os discursos historicamente construídos sobre e em torno do evento, quem participou ou quem não esteve presente, as fontes econômicas e mais recentemente as classes sociais e as questões de gênero do grupo participante.</p> </div> </div> </div>2022-11-11T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2022 Eduardo Jorge de Oliveira, Andre Massenohttps://oap.unige.ch/journals/lingua-lugar/article/view/970A Semana de Arte Moderna chega à capital do Brasil: Disputas em torno da recepção do modernismo, 1921–19252022-10-30T11:43:48+00:00Rafael Cardosorafaelcardoso.email@gmail.com<div class="page" title="Page 23"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>A recepção da Semana de Arte Moderna pela imprensa do Rio de Janeiro, então capital federal, ajuda a elucidar como o movimento foi avaliado em sua época. O impacto contemporâneo da Semana foi bem menor do que sugere a historiografia que a consagrou após 1945. O presente artigo examina a cobertura dada à Semana nos principais órgãos jornalísticos do Distrito Federal entre o momento logo anterior à sua realização e o final de 1925. Identifica-se uma disputa intensa em torno da liderança modernista, em que Oswald de Andrade e Mário de Andrade buscavam afirmar sua respectiva ascendência, ambos em relação a Graça Aranha, então visto amplamente como iniciador e chefe do movimento. As divisões entre facções são refletidas no alinhamento de veículos como os jornais O País e Correio da Manhã, assim como a revista Careta, que ao antagonizar o movimento, ajudou a lhe dar projeção.</p> </div> </div> </div>2022-11-11T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2022 Rafael Cardosohttps://oap.unige.ch/journals/lingua-lugar/article/view/971A Antropofagia de Oswald de Andrade e Serge Voronoff: incursões no corpo2022-10-30T17:51:07+00:00Gonzalo Aguilargonzalus2001@gmail.com<div class="page" title="Page 39"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>A partir de una menção feita no “Manifesto Antropófago”, de Oswald de Andrade, a Voronoff, o presente artigo propõe uma leitura da mudança do corpo humano realizada pelo movimento de vanguarda, indo desde o Abaporu, de Tarsila do Amaral, até as relações com o famoso médico russo, Vladimir Voronoff, que fez operações cirúrgicas com glândulas de macaco. O fim da soberania do humano para pensar novas relações é o limiar que inaugura Oswald de Andrade a partir das operações cirúrgicas de Voronoff.</p> </div> </div> </div>2022-11-11T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2022 Gonzalo Aguilarhttps://oap.unige.ch/journals/lingua-lugar/article/view/972Tupi or not tupi tangendo um alaúde2022-10-30T18:00:16+00:00Beatriz Azevedobeatriz@nyu.edu<div class="page" title="Page 67"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>Neste ensaio veremos como os autores Mário de Andrade e Oswald de Andrade elaboram seus pontos de vista e afirmam suas perspectivas, enquanto transcriadores de cosmogonias ameríndias, na pauta do perspectivismo e do multinaturalismo. Ambos publicaram, coincidentemente no mesmo ano de 1928, 6 anos após a semana de arte moderna de 22, obras centrais da literatura do século XX: Macunaíma e o “Manifesto Antropófago”. Articulamos os textos “Carta pras Icamiabas” e “Manifesto Antropófago”, refletindo sobre suas “posições” espelhadas: Macunaíma escrevendo “da cidade” para a “tribo selvagem” das Icamiabas, enquanto Oswald assina “do Matriarcado de Pindorama” para o mundo.</p> </div> </div> </div>2022-11-11T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2022 New York University | Universidade Estadual de Campinas | Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de SPhttps://oap.unige.ch/journals/lingua-lugar/article/view/973“Filhos do sol, mãe dos viventes”: sobre o enunciador do “Manifesto Antropófago”2022-10-30T18:10:22+00:00Alexandre Nodarialexandre.nodari@gmail.com<div class="page" title="Page 83"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>Ao longo de todo o “Manifesto Antropófago”, um sujeito se enuncia de forma oblíqua. Seja por meio da “primeira pessoa do plural implícita no texto” (Azevedo, 2016, p. 99), às vezes inclusiva, outras, exclusiva, seja como complemento verbal (i.e., enquanto objeto) ou pronome possessivo, o “nós” que constitui o seu enunciador quase nunca se explicita plenamente, de corpo inteiro. Todavia, o que deveria ser a mais elementar das perguntas sobre a Antropofagia oswaldiana, a saber, quem (é o antropófago que) se manifesta no “Manifesto Antropófago”, ainda não recebeu a devida atenção por parte da crítica, salvo raríssimas exceções, entre as quais se destaca a seminal análise de Beatriz Azevedo (2016). Talvez porque o modo como ele se manifeste torne mais complicado responder de forma minimamente satisfatória a interrogação que o texto não cessa de colocar: “nós, quem?”</p> </div> </div> </div>2022-11-11T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2022 Alexandre Nodarihttps://oap.unige.ch/journals/lingua-lugar/article/view/974Uma poética do sonho ao sono em Mário de Andrade2022-10-30T18:21:35+00:00Cristiano de Salescristianosales@utfpr.edu.brTiago Hermano Breunigtiago.breunig@ufpe.br<div class="page" title="Page 109"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>Pretendemos demonstrar neste ensaio que a poética de Mário de Andrade parte de uma elaboração eloquente, com Paulicéia Desvairada (1922) – cujos poemas, segundo o próprio “Prefácio Interessantíssimo”, devem ser lidos por quem sabe “cantar”, “urrar”, “rezar” – livro que anuncia um possível sonho de modernização ética e estética para a cidade de São Paulo em tons que não sucumbissem à precarização capitalista do início do século XX, e chega, com Lira Paulistana (1945), à constatação de que o desejo não se realiza. Percebemos nessa trajetória que o poeta não descuida da boa elaboração artística, estabelecendo, no derradeiro livro, uma dialética moderna com a tradição lírica das cantigas medievais.</p> </div> </div> </div>2022-11-11T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2022 Cristiano de Sales, Tiago Hermano Breunighttps://oap.unige.ch/journals/lingua-lugar/article/view/979“Ainda temos muito que descobrir e se divertir”: uma entrevista com Chacal2022-10-30T18:58:51+00:00Ricardo Chacalricardo.chacal@gmail.comAndre Massenoandre.masseno@rom.uzh.ch<div class="page" title="Page 198"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>A produção de Ricardo Chacal é notória por expandir o entendimento convencional de poesia e da figura do poeta no espaço público. Desde a sua estreia no âmbito da contracultura dos anos 1970 até os dias de hoje, quando a sua poesia habita e dialoga com os meios digitais, Chacal vem revisitando e refazendo de forma incansável o seu fazer poético. É inegável o investimento recorrente na ressignificação de sua figura como poeta na arena pública, partindo de um entendimento peculiar da fisicalidade e de uma relação íntima entre arte e vida. Palavra, voz e corpo se confundem e se recriam; a práxis poética adquire formas diversas, transformando-se em um jogo que ativa tanto os corpos do poeta e de seus leitores. O espírito da descoberta e do divertimento – a atitude de “ver com os olhos livres” tal como aspirada por Oswald de Andrade – atravessa e constitui o modo como Chacal encara o fazer/viver a poesia. Na entrevista a seguir, Chacal nos convida a percorrer as tramas de sua trajetória ímpar, refletindo acerca dos projetos de ontem e hoje e os possíveis rumos da poesia na era atual.</p> </div> </div> </div>2022-11-11T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2022 Ricardo Chacal, Andre Massenohttps://oap.unige.ch/journals/lingua-lugar/article/view/975Ideograma, estrutura, constelação: um desenho de Haroldo de Campos2022-10-30T18:31:40+00:00Julio Mendonçajuliomendoncaz58@gmail.com<div class="page" title="Page 133"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>Aspectos fundamentais da obra de Haroldo de Campos – seja a poética, a tradutória e/ou a crítico-teórica – podem ser compreendidos pelo modo como sua representação do pensamento não-linear e analógico transitou entre conceitos como estrutura, ideograma e constelação. Este artigo procura demonstrar que, na fase final da produção desse autor, sua compreensão dos “atos complexos de discernimento” (Hugh Kenner, a respeito de Pound) – palavras com as quais podemos nos referir aos três conceitos que são objeto deste texto – estava empenhada na multipolaridade geopolítica da literatura, no escrutínio crítico da diferença e na elaboração de mapas móveis do saber.</p> </div> </div> </div>2022-11-11T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2022 Julio Mendonçahttps://oap.unige.ch/journals/lingua-lugar/article/view/976Tempo, projetos e vida em O Diário confessional, de Oswald de Andrade2022-10-30T18:40:54+00:00Andre Massenoandre.masseno@rom.uzh.ch<div class="page" title="Page 161"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>Neste ano de 2022, entre homenagens entusiasmadas e posicionamentos contestadores, o centenário da Semana de Arte Moderna é marcado por revisões críticas acerca das tramas da consagração do referido evento. A abertura dos arquivos de seus participantes pode oferecer outras camadas de leituras não somente sobre a Semana, mas também, e especialmente, acerca da dinâmica da vida e do entorno social de figuras célebres do modernismo para além daquela efeméride. A consulta de anotações, correspondências e diários, aliada ao seu inconteste valor literário e apesar do acúmulo de informações – que, no caso do discurso diarístico, podem mais esconder do que supostamente revelar, – permite o exercício de uma mirada crítica mais ampla, sem aprisionar as personalidades modernistas no período festivo da Semana de 22. Neste sentido, o até então inédito Diário confessional, de Oswald de Andrade, organizado por Manuel da Costa Pinto e editado este ano pela Companhia das Letras, é uma contribuição ímpar ao apresentar uma contranarrativa feita pelo próprio Oswald, agora apartado daquela etapa mais vigorosa e juvenil de sua vida.</p> </div> </div> </div>2022-11-11T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2022 Andre Massenohttps://oap.unige.ch/journals/lingua-lugar/article/view/977Um horizonte de utopias: Fulgor e imprevisibilidade na Obra incompleta de Oswald de Andrade2022-10-30T18:46:15+00:00Eduardo Jorge de Oliveiraeduardo.jorge@rom.uzh.ch<div class="page" title="Page 169"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>As palavras de Antonio Candido resumem bem a empreitada de Jorge Schwartz que, ao estabelecer a Obra Incompleta, de Oswald de Andrade, escreve que “a intenção que norteia este volume é a de transmitir ao leitor, ainda que de maneira parcial, o fulgor e a imprevisibilidade que Antonio Candido, na ‘Liminar’, assinalou como traços marcantes de Oswald de Andrade” (2021, pp. XXI-XXII, grifos nossos). Sem esses dois elementos, fulgor e imprevisibilidade, nenhuma utopia seria possível. E, ao mesmo tempo, é a impossibilidade das utopias que lhes dão horizonte de possibilidade. Eis dois elementos-chave na obra de Oswald de Andrade, textos que se situam à beira de um curto-circuito literário e cultural. Por mais que possa parecer contraditório, foram esses dois elementos, tão essen- ciais na sua obra, que o marginalizaram em um debate mais amplo sobre Brasil. A dimensão de obra incompleta também é fundamental para não monumentalizar Oswald que, pelo contrário, é posto em movimento em dois volumes cuidadosamente editados.</p> </div> </div> </div>2022-11-11T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2022 Eduardo Jorge de Oliveirahttps://oap.unige.ch/journals/lingua-lugar/article/view/968Editorial2022-10-30T11:12:43+00:00Pedro CerdeiraPedro.Cerdeira@unige.ch<div class="page" title="Page 10"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>2022 marca a passagem dos duzentos anos da declaração da independência do Brasil relativamente ao país colonizador, Portugal. Outro centenário tem também lugar este ano, o da Semana de Arte Moderna de São Paulo de 1922, que a Língua-lugar quis assinalar neste quinto número. Assim, ele é composto por um dossiê especial “Após a Semana (e um pouco mais de) um século”, coordenado por Eduardo Jorge de Oliveira e André Masseno, que reúne cinco artigos. Como indicam os coordenadores, o dossiê incide sobre “obras, momentos históricos e conceitos que produzem ressonâncias e tensões em torno do acontecimento”, indo assim para lá da Semana de Arte Moderna e, ao mesmo tempo, mostrando a diversidade dos seus impactos.</p> </div> </div> </div>2022-11-11T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2022 Pedro Cerdeirahttps://oap.unige.ch/journals/lingua-lugar/article/view/978Denilson Baniwa: Desmontagens da paisagem colonial2022-10-30T18:51:06+00:00Denilson Baniwadenilsonbaniwa@gmail.comEduardo Jorge de Oliveiraeduardo.jorge@rom.uzh.ch<p>Texto de Eduardo Jorge de Oliveira (Universität Zürich)</p>2022-11-11T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2022 Denilson Baniwa, Eduardo Jorge de Oliveira