De Afonso Henriques a Vasco da Gama: representações da história de Portugal na Exposição do Mundo Português (1940) e na Expo’98.
DOI :
https://doi.org/10.34913/journals/lingua-lugar.2020.e205Mots-clés :
Expositions, Mémoire Historique, Expansion Maritime;, NationalismeRésumé
Organisées lors d’époques historiques et de contextes politiques différents, l’Exposition du Monde Portugais, en 1940, et l’Expo’98 ont eu pour dénominateur commun la commémoration du rapport des Portugais à la mer, notamment à partir de leur expansion maritime aux XVe et XVIe siècles. Du Pavillon des Découvertes au Pont Vasco de Gama, plusieurs éléments de ces deux expositions se référaient à une période historique digne de mémoire et source de fierté pour la nation. Malgré ces similitudes thématiques, la représentation de l’histoire portugaise a été sensiblement différente lors des deux événements, compte tenu de leur nature distincte, des contextes historiques et des régimes politiques qui les ont encadrées.
Cet article fera une analyse comparative des représentations de l’histoire du Portugal à l’Exposition du Monde Portugais de 1940 et à l’Expo’98. Les discours officiels produits dans le cadre des deux expositions seront analysés, ainsi que les éléments visuels et de performances (architecture des pavillons, mises en scène et spectacles). À partir de cette analyse, nous démontrerons comment un discours essentialiste sur la nationalité portugaise (renvoyant à une vocation supposée universaliste, consacrée à la période de l’expansion d’outremer), était clairement évident dans les deux expositions, malgré leur caractère différent et les contextes historiques dans lesquels elles se sont déroulées.
Références
Fontes primárias:
- 500 anos unidos pelo mesmo espírito (1998, 23 de maio). Expresso, Suplemento Economia e Negócios, p. 7.
Castro, A. (1940). A Exposição do Mundo Português e a sua finalidade nacional. Lisboa: Edição da Empresa Nacional de Publicidade.
Comemorações Centenárias (1940, 25 de junho). Diário de Notícias, p. 1.
Cruz, R. (1998). Atlântico: Pavilhão Multiusos de Lisboa. In Pavilhão da Utopia: Exposição Mundial de Lisboa de 1998 (pp.65-66). Lisboa: Parque Expo’98, SA.
Documentos para a história da Expo’98 (1989-1992) (1999). Lisboa: Parque das Nações.
Expo 7 Dias. Os PALOP ao espelho (1998, 6 de junho). Expresso, pp.18-19.
Fernandes, J. M. (1998, 21 de maio). Os heróis e a nossa identidade. Público, p. 3.
Guia da Exposição do Mundo Português (1940). Lisboa: Tipografia da Empresa Neogravura.
Guia de Espectáculos – 22 Maio – 23 Junho (1998). Lisboa: Parque Expo’98.
Mattoso, J. (1998, 13 de maio). Vasco da Gama: o super-herói. Público, p. 30.
De Afonso Henriques a Vasco da Gama: Pedro Martins representações da história de Portugal na Exposição do Mundo Português (1940) e na Expo’98.
Moura, V. G. (1998, 30 de setembro). Portugal e a Expo’98. Diário de Notícias, p. 23.
Oliveira, A. (1998). A Estação do Oriente vista por um engenheiro de estruturas. In Estação do Oriente. Estación de Oriente. Oriente Station (pp.13-15). Barcelos: Livros e Livros.
Pamplona, F. (1940, outubro-dezembro). Uma obra de arte: a Exposição do Mundo Português. Ocidente 11, p.172.
Salazar, A. O. (1938). Oitavo Centenário da Fundação de Portugal e Terceiro da Restauração da Independência. Rio de Janeiro: Comissão Executiva da Colónia do Rio de Janeiro.
Sampaio, J. (1999). Portugueses, vol.3. Lisboa: INCM.
Santos, C. M. (1996). Portugal: New Skies, New Lands, New Peoples. In Portugal and the Atlantic. Portugal et l’Atlantique (pp.7-49). Lisboa: Parque Expo’98 SA.
SOS Racismo contra a Expo (1998, 9 de maio). Expresso, p. 19.
Thomaz, L. F. (2018, 6 de agosto). Por um Museu dos Descobrimentos. Observador. Recuperado de: https://observador.pt/opiniao/por-um-museu-dos-descobrimentos/
(A) Última Exposição do Século XX. The Last Exposition of the 20th Century (1994). Lisboa: Expo’98.
Fontes secundárias:
Acciaiuoli, M. (1998). Exposições do Estado Novo. 1934-1940. Lisboa: Livros Horizonte.
Almeida, M. V. (1998). O regresso do luso-tropicalismo: nostalgias em tempos pós-coloniais. In Essas outras histórias que há para contar: Colóquio internacional Em tempo de Expo há outras histórias para contar (pp.236-243). Lisboa: Salamandra.
Andrade, L. M. O. (2001). História e memória. A restauração de 1640: do liberalismo às comemorações centenárias de 1940. Coimbra: Minerva.
Barradas, A. (1998). Ministros da noite. In Essas outras histórias que há para contar: Colóquio internacional Em tempo de Expo há outras histórias para contar (pp.228- 234). Lisboa: Salamandra.
Casaca, F. R. A. (2004). A peregrinação: o espectáculo da Expo'98 como metáfora do humano (Tese de mestrado). Universidade de Lisboa.
João, M. I. (2002). Memória e império: Comemorações em Portugal (1880-1960). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
Machado, A. (2006). Os Espaços Públicos da Exposição do Mundo Português e da Expo’98. Lisboa: Parque Expo, 2006.
Marques, A. P. (1991). A historiografia dos descobrimentos e expansão portuguesa. Coimbra: Livraria Minerva.
Matos, S. C. (1990). História, mitologia e imaginário nacional: A história no curso dos liceus (1895-1939). Lisboa: Livros Horizonte.
Matos, S. C. (1998). “A historiografia portuguesa dos descobrimentos no século XIX”. Separata de Los 98 Ibéricos y el mar, vol.2. Madrid: Sociedad Estatal Lisboa ’98.
Nora, P. (1984). Entre Mémoire et Histoire. La problématique des lieux. In Les Lieux de Mémoire, vol.1 (pp.xv-xlvii). Paris: Gallimard.
Ó, J. R. (1987). Modernidade e tradição. Algumas reflexões em torno da Exposição do Mundo Português. In O Estado Novo. Das origens ao fim da autarcia 1926-1959, vol. 2 (pp.177-185). Lisboa: Fragmentos.
Ó, J. R. (1998). A Exposição do Mundo Português de 40 e a Expo 98. In Essas outras histórias que há para contar: Colóquio internacional Em tempo de Expo há outras histórias para contar (pp.246-249). Lisboa: Salamandra.
Peralta, E. (2017). Lisboa e a Memória do Império: Património, Museus e Espaço Público. Lisboa: Le Monde Diplomatique/ Outro Modo.
Ramos, R. (1997). Tristes conquistas: A expansão ultramarina na historiografia contemporânea (c.1840-c.1970) (Tese de provas de acesso a investigador auxiliar). Universidade de Lisboa.
Schweizer, S. (2007). „Unserer Weltanschauung sichtbaren Ausdruck geben“: nationsozialistische Geschichtsbilder in historischen Festzügen zum „Tag der Deutschen Kunst“. Göttingen: Wallstein Verlag.
Velez, J. P. (2008). Expo’98: História de um território reinventado. Lisboa: Parque Expo 98 SA.
Viegas, S. B. L. (2004). Expo’98: fazer cidade através de um tema (Tese de mestrado). Universidade Técnica de Lisboa.