Pela defesa da Pátria

Masculinidade e militarismo no Brasil (1889-1939)

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.34913/journals/lingua-lugar.2023.e1485

Mots-clés :

Masculinité, Militarisme, Brésil, Nation

Résumé

Cet article soutient que les actions menées par les forces militaires brésiliennes, notamment la formation d’une masculinité modèle à reproduire, ont eu un rapport direct avec la pensée sur la construction de l’identité nationale par l’orientation des corps masculins. Pour cela, il analyse d’abord les approches et perspectives adoptées par les institutions militaires engagées avec le concept « citoyen-soldat » des années précédant le régime de Getúlio Vargas. Il présente aussi les motivations historiques sous-jacentes aux études biotypologiques des corps militarisés qui ont été promues pendant la période de l’État Nouveau au Brésil. L’article souligne enfin les contextes qui ont accordé une importance centrale aux corps masculins dans la restructuration des institutions militaires et dans la formulation des politiques étatiques des premières décennies de la République brésilienne.

Biographie de l'auteur

Tiago Fernandes Maranhão, Loyola University New Orleans

Tiago Fernandes Maranhão é um historiador brasileiro que se dedica aos aspectos sociais, políticos e raciais da América Latina Moderna, assim como à história do corpo, da educação física e dos desportos no Brasil. Maranhão é atualmente Assistant Professor na Loyola University New Orleans e também coordenador do Transatlantic Bodies Project, uma iniciativa de Humanidades Digitais recentemente lançada em www.transatlanticbodies.com, que conecta as histórias do corpo humano com o conhecimento político, cultural e intelectual desenvolvido no Brasil no âmbito do Mundo Atlântico.

Références

Aguiar, A. C. de. (1919a). “Ensino Militar e Missão Franceza”. Relatorio do Ministario da Guerra 1919. Rio de Janeiro: Imprensa Militar, maio.

— (1919b). “Sr. Vice-Presidente da Republica”. Relatorio do Ministario da Guerra 1919. Rio de Janeiro: Imprensa Militar, maio.

Alencar, A. (1913). “Escola de Pirapora”. Revista Maritima Brazileira. Rio de Janeiro: Officinas Graphicas da Liga Maritina Brazileira, Ano XXXIII, n. 6, dezembro, pp. 751-768.

Almeida, M. (2004). “Os primeiros anos da República Brasileira e sua conturbada estabilização: militares, civis e monarquistas”. Perspectivas Latinoamericanas, Nagoya, Center for Latin American Studies – Nanzan University, n. 1, pp. 193-206.

Barros, G. A. de (2021). “O trabalho em prol da nação: as representações do homem na revista Alterosa (1939-1945) durante

o Estado Novo”. Historia de la Educación – Anuario, Buenos Aires, vol. 22, n. 2, pp. 29-45.

Berardinelli, W. (1936). Biotipologia: constituição, temperamento, caracter. 3. ed. modificada e aumentada. Rio de Janeiro: Francisco Alves.

Bilac, O. (1900). “Salamina”. Jornal do Rio. Rio de Janeiro, Anno XII, n. 192, 14 de Agosto, pp. 1-2.

Bittencourt, L. (1904). Reforma do Exercito: Questões de Estado-Maior. Rio de Janeiro: Typ. Altina.

Bourdieu, P. (2002). A Dominação Masculina. 2a. Edição. Trad. Maria Helena Kühner. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

Brasil. (1890). “Decreto no 277, de 22 de Março de 1890 - Reorganiza o Corpo de Saude e o serviço hospitalar do Exercito” <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-277-22-marco-1890-504214-publicacaooriginal-1-pe.html> (último acesso em 18/02/2022).

— (1890b). “Decreto no 330, de 12 de Abril de 1890”, <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-330-12-abril-1890-524468-publicacaooriginal-1-pe.html > (último acesso em 18/02/2022).

— (1891). “Decreto n. 431, de 2 Julho de 1891 - Divide em sete districtos militares o territorio da Republica e extingue os logares de commandante de armas e de brigada,” <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-431-2-julho-1891-525018-publicacaooriginal-1-pe.html> (último acesso em 19/02/2022).

— (1896). “Lei n. 403, de 24 de outubro de 1896 - Crea o Estado-Maior do Exercito e a Intendencia Geral da Guerra, e dá outras providencias,” <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1824-1899/lei-403-24-outubro-1896-540216-norma-pl.html> (último acesso em 19/02/2022).

— (1915a). “Decreto no 11.497, de 23 de Fevereiro de 1915”, <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1910-1919/decreto-11497-23-fevereiro-1915-513642-publicacaooriginal-1-pe.html > (último acesso em 21/02/2022).

— (1915b). “Decreto no 11.498, de 23 de Fevereiro de 1915”, <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1910-1919/decreto-11498-23-fevereiro-1915-509952-publicacaooriginal-1-pe.html> (último acesso em 21/02/2022).

— (1915c). “Decreto no 11.853-A, de 31 de Dezembro de 1915”, <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1910-1919/decreto-11853-a-31-dezembro-1915-519208-publicacaooriginal-1-pe.html> (último acesso em 24/02/2022).

— (1920). “Decreto no 14.397, de 9 de Outubro de 1920 - Approva o regulamento do Serviço Militar”, <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1920-1929/decreto-14397-9-outubro-1920-511088-publicacaooriginal-94126-pe.html> (último acesso em 27/02/2022).

— (1921). “Decreto no 14.784, de 27 de Abril de 1921”, <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1920-1929/decreto-14784-27-abril-1921-511224-publicacaooriginal-1-pe.html> (último acesso em 27/02/2022).

Cadaval, J. R. (1911). “Considerações geraes sobre a utilidade palpitante da publicação de um tratado de Hygiene Militar para uso do Exercito Brasileiro e de um Vade Mecum do soldado patrício”. Medicina Militar, Rio de Janeiro, Ano II, n. 2, Agosto, pp. 99-111.

— (1913). “A Hygiene Naval Brazileira”. Revista Maritima Brazileira. Rio de Janeiro: Officinas Graphicas da Liga Maritima Brazileira, Anno XXXIII, n. 4, outubro, pp. 481-496.

Campos, M. de. (1925). “Notas sobre a hygiene mental no Exercito”. Archivos Brasileiros de Hygiene Mental - Órgão official da Liga Brasileira de Hygiene Mental. Rio de Janeiro: Typ. do Jornal do Commercio, ano I, n. 1, março, p. 97.

Carvalho, J. M. de (2019). Forças Armadas e política no Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

Castro, C. (1995). Os militares e a República: um estudo sobre cultura e ação política. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

— (2012). Exército e nação: estudos sobre a história do Exército Brasileiro. Rio de Janeiro: FGV.

Davenport, C. B. e Love, A. G. (1921). The Medical Department of the United States Army in the World War. Vol. 15. Statistics, pt. 1. Army Anthropology Based on Observations Made on Draft Recruits, 1917- 1918, and on Veterans at Demobilization, 1919. Washington, D.C.: U.S. Government Printing Office.

Domingues, H. M. B., Sá, M. R. e Click, T. (2003). A recepção do Darwinismo no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ.

Ferraz, A. e Júnior, A. L. (1939). Morfologia do Homem do Nordeste – Estudo Biotipologico. Rio de Janeiro: José Olympio Editora.

Foster, W. B.; Hellman, I. L.; Hesford, D.; e McPherson, D. G. (1967). Physical Standards in World War II. Washington, D.C.: Office of the Surgeon General, Department of the Army.

Gonçalves, S. J. (1884). “Exercicios Militares”. Revista do Exercito Brazileiro. Rio de Janeiro: Typ. da Revista do Exercito Brasileiro, Anno Terceiro.

Jacobina, R. R. e Gelman, E. A. (2008). “Juliano Moreira e a Gazeta Medica da Bahia”. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, Rio de Janeiro, vol. 15, n. 4, pp. 1077-1097.

Jornal do Brasil. (1938). “O Exército e a Marinha apresentam cumprimentos de Ano Novo ao Sr. Presidente da República – Como falou o General Eurico Gaspar Dutra.” Rio de Janeiro, Ano XLVII, n. 2, 04 de janeiro, p. 7.

Journal Officiel. (1919). “Partie Non Officielle”. Journal Officiel de la République Française. Paris: Cinquante et unième année, n. 144, 28 de maio.

Maio, M. C. e Santos, R. V. (2010). Raça como questão: história, ciência e identidades no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz.

Mallet, J. N. M. (1901). “Tiro Nacional”. Relatorio Apresentado ao Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional.

Maméde, J. (1931). “Esboçando um relatorio geral, já em princípio de outubro deste anno havia a Secretaria da Justiça, Educação e Interior divulgado as seguintes considerações.” Boletim da Directoria Technica de Educação I, vol. 9, Coleções Especiais, Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco.

McCann, F. D. (2004). Soldiers of the Pátria: A History of the Brazilian Army, 1889-1937. Palo Alto: Stanford University Press. Ministério da Guerra. (1892). “Decreto n.750 A 2 de Março de 1892 - Approva o regulamento para o Collegio Militar”. Relatório Apresentado ao Vice-Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brazil pelo General de Brigada Francisco Antonio de Moura, Ministro de Estado dos Negocios da Guerra em Maio de 1892. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional.

— (1893a). Boletim do Exército, Repartição de Ajudante General - Ordem do Dia n. 423 – Hygiene. Rio de Janeiro: Imprensa Militar.

— (1893b). Boletim do Exército, Repartição de Ajudante General - Ordem do Dia n. 643 – Baixas do serviço. Rio de Janeiro: Imprensa Militar.

— (1895). “Collegio Militar”. Relatório Apresentado ao Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brazil pelo General de Divisão Bernardo Vasques, Ministro de Estado dos Negocios da Guerra em Maio de 1895 (Rio de Janeiro: Imprensa Nacional.

— (1921). “Decreto 14.784, de 27 Abr 1921 - Aprova o Regulamento de Instrução Física Militar para tôdas as armas – 1a Parte”. Boletim do Exército N. 339. Rio de Janeiro, 10 de agosto.

— (1922). “Portaria de 10 JAN 1922 - Cria o Centro Militar de Educação Física na Villa Militar, junto à Escola de Sargentos de Infantaria e aprova as instrucções para o seu funcionamento”. Boletim do Exército, N.431. Rio de Janeiro, 20 de janeiro.

— (1929). “Curso Provisorio de Educação Physica”. Boletim do Exercito N.535 2a Parte. Rio de Janeiro, Imprensa Militar, 5 de julho.

— (1930a). “Centro Regional de Educação Physica”. Boletim do Exercito N.574. Rio de Janeiro, Imprensa Militar, 20 de janeiro.

— (1930b). “Instrucções para o Centro Militar de Educação Physica”. Departamento do Pessoal da Guerra. Boletim do Exercito N.576 1a Parte. Rio de Janeiro, Imprensa Militar, 31 de janeiro.

— (1930c). “Centro Militar de Educacao Physica”. Boletim do Exercito N.587 2a Parte. Rio de Janeiro: Imprensa Militar.

— (1930d). “Regulamento francez de educação physica”. Boletim do Exercito N.596. Rio de Janeiro, Imprensa Militar, 11 de janeiro.

Ministério da Marinha. (1891). “Batalhão Naval”. Relatório Apresentado ao Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brazil pelo Ministro d’Estado dos Negocios da Marinha, Contra-Almirante Fortunado Foster Vidal em Junho de 1891. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional.

Molina, A. M. (1932). “Importância da Educação Física Para Um Povo - O Método Adotado – Razões de Sua Adoção.” Revista de Educação Física. Rio de Janeiro, ano 1, n. 3, pp. 37-38.

Moraes, J. de. (1910). “A Higiene Militar Brasileira. Passo do Soldado Nacional. I”. Medicina Militar, Rio de Janeiro, ano I, n. 5, Outubro, pp. 271-9.

Nunn, F. M. (1983). Yesterday's Soldiers: European Military Professionalism in South America, 1890-1940. Lincoln: University of Nebraska Press.

O Exemplo. (1916). “Voluntariado de manobras – Instrucções”. O Exemplo: Jornal do Povo. Porto Alegre, n. 31, 3 de setembro, p. 2.

O Paiz. (1919). “A chegada do Dr. Epitacio Pessoa”. Rio de Janeiro, ano XXXV, n. 12.702, 21 de julho, p. 1.

Pallares-Burke, M. L. e Burke, P. (2009). Repensando os trópicos Um retrato intelectual de Gilberto Freyre. São Paulo: Editora Unesp.

Ramalho, A. S. (1932). “O Gabinete Biométrico na educação física moderna”. Revista de Educação Fisica. Rio de Janeiro, ano 1, n. 3, julho, pp. 21-22.

— (1933). “Ficha morfológica tipo-brasileiro a ser adotada nos corpos de tropa e estabelecimentos militares”. Revista de Educação Física. Rio de Janeiro, n. 6.

Rio Branco, V. (1872). “Escola Militar”. Relatorio Apresentado À Assembléa Geral Legislativa na Quarta Sessão da Decima- Quarta Legislatura Pelo Ministro e Secretario de Estado Interino dos Negocios da Guerra, Visconde do Rio Branco. Rio de Janeiro: Typographia Universal de Laemmert.

Santos, H. B. e Nardi, H. C. (2018). “Entre o trabalhador e o vagabundo: produção de masculinidades na história da saúde no Brasil”. Temas em Psicologia. Ribeirão Preto, vol. 26, n. 4, dezembro, pp. 2299-2316.

Schwarcz, L. M. (1993). O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil, 1870-1930. São Paulo: Companhia da Letras.

Silva, S. C. (2010). Tempos de Casa-Grande (1930-1940). São Paulo: Perspectiva.

Tumblety, J. (2012). Remaking the Male Body: Masculinity and the Uses of Physical Culture in Interwar and Vichy France. Oxford: Oxford University Press.

Viotti da Costa, E. (2010). Da Monarquia à República: momentos decisivos. São Paulo: Unesp.

Publiée

2024-03-06

Comment citer

Fernandes Maranhão, T. (2024). Pela defesa da Pátria: Masculinidade e militarismo no Brasil (1889-1939). Língua-Lugar : Literatura, História, Estudos Culturais, 1(6), 92 — 111. https://doi.org/10.34913/journals/lingua-lugar.2023.e1485