Uma poética do sonho ao sono em Mário de Andrade

Autores

  • Cristiano de Sales Universidade Tecnológica Federal do Paraná
  • Tiago Hermano Breunig Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.34913/journals/lingualugar.2022.e974

Palavras-chave:

Paulicéia Desvairada, Lira Paulistana, Cantigas, Poesia Moderna, Tradição Lírica

Resumo

Pretendemos demonstrar neste ensaio que a poética de Mário de Andrade parte de uma elaboração eloquente, com Paulicéia Desvairada (1922) – cujos poemas, segundo o próprio “Prefácio Interessantíssimo”, devem ser lidos por quem sabe “cantar”, “urrar”, “rezar” – livro que anuncia um possível sonho de modernização ética e estética para a cidade de São Paulo em tons que não sucumbissem à precarização capitalista do início do século XX, e chega, com Lira Paulistana (1945), à constatação de que o desejo não se realiza. Percebemos nessa trajetória que o poeta não descuida da boa elaboração artística, estabelecendo, no derradeiro livro, uma dialética moderna com a tradição lírica das cantigas medievais.

Biografias Autor

Cristiano de Sales, Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Professor Adjunto do Departamento Acadêmico de Linguagem e Comunicação da UTFPR (Curitiba). Licenciado em Letras pela UFSC, mestre e doutor em Literatura pela UFSC. Estuda poéticas modernas e contemporâneas. Escreve poesia. Colabora como crítico com o Jornal Rascunho.

Tiago Hermano Breunig, Universidade Federal de Pernambuco

Professor Adjunto do Departamento de Letras da Universidade Federal de Pernambuco, UFPE. Tem Bacharelado e Licenciatura em Letras pela Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, Mestrado e Doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC.

Referências

Andrade, M. de. (1963). “O artista e o artesão”. In: Andrade, M. de. O baile das quatro artes. São Paulo: Martins.

— (2013). Poesias completas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira (v. 1).

Baudelaire, C. (1997). Les fleurs du mal. Paris: La Table Ronde.

Benjamin, W. (1989). Charles Baudelaire: um lírico no auge do capitalismo. São Paulo: Brasiliense (Obras Escolhidas, v. 3).

Dufilho, J. e Tadeu, T. (2010). Charles Baudelaire: O pintor da Vida Moderna. Belo Horizonte: Autêntica Editora.

Freitas, D. M. (2016). O poeta é sempre um rapsodo: a presença da música na obra de Mário de Andrade. Dissertação (Mestrado em Estudos Literários). Instituto de Letras e Comunicação. Universidade Federal do Pará.

Neto, J. C. de M. (1999). Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar.

Schafer, R. M. (1997). A afinação do mundo. São Paulo: Editora da Unesp.

Saraiva, A. J. e Lopes, O. (1985). História da Literatura Portuguesa. 13a. ed. Porto: Porto Editora.

Publicado

2022-11-11

Como Citar

de Sales, C., & Hermano Breunig, T. (2022). Uma poética do sonho ao sono em Mário de Andrade. Língua-Lugar : Literatura, História, Estudos Culturais, 1(5), 106 — 127. https://doi.org/10.34913/journals/lingualugar.2022.e974