Uma poética do sonho ao sono em Mário de Andrade
DOI:
https://doi.org/10.34913/journals/lingualugar.2022.e974Palavras-chave:
Paulicéia Desvairada, Lira Paulistana, Cantigas, Poesia Moderna, Tradição LíricaResumo
Pretendemos demonstrar neste ensaio que a poética de Mário de Andrade parte de uma elaboração eloquente, com Paulicéia Desvairada (1922) – cujos poemas, segundo o próprio “Prefácio Interessantíssimo”, devem ser lidos por quem sabe “cantar”, “urrar”, “rezar” – livro que anuncia um possível sonho de modernização ética e estética para a cidade de São Paulo em tons que não sucumbissem à precarização capitalista do início do século XX, e chega, com Lira Paulistana (1945), à constatação de que o desejo não se realiza. Percebemos nessa trajetória que o poeta não descuida da boa elaboração artística, estabelecendo, no derradeiro livro, uma dialética moderna com a tradição lírica das cantigas medievais.
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