Tupi or not tupi tangendo um alaúde
DOI:
https://doi.org/10.34913/journals/lingualugar.2022.e972Palavras-chave:
Antropofagia, Oswald de Andrade, Macunaíma, Mário de AndradeResumo
Neste ensaio veremos como os autores Mário de Andrade e Oswald de Andrade elaboram seus pontos de vista e afirmam suas perspectivas, enquanto transcriadores de cosmogonias ameríndias, na pauta do perspectivismo e do multinaturalismo. Ambos publicaram, coincidentemente no mesmo ano de 1928, 6 anos após a semana de arte moderna de 22, obras centrais da literatura do século XX: Macunaíma e o “Manifesto Antropófago”. Articulamos os textos “Carta pras Icamiabas” e “Manifesto Antropófago”, refletindo sobre suas “posições” espelhadas: Macunaíma escrevendo “da cidade” para a “tribo selvagem” das Icamiabas, enquanto Oswald assina “do Matriarcado de Pindorama” para o mundo.
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