Nas bordas da língua: Mitos Mbyá-Guarani nas fronteiras do portuñol salvaje de Douglas Diegues.
DOI:
https://doi.org/10.34913/journals/lingualugar.2021.e717Resumo
O poeta Washington Cucurto escreveu que a América Latina está em efervescência, cheia de vida, sexo e criação. Ainda que seu mapa político caia aos pedaços, o desejo dos povos se prolifera incessantemente. Essa mensagem está na quarta capa do livro Triple Frontera Dreams, de Douglas Diegues (Rio de Janeiro, 1965), publicado na Argentina em 2017. Segundo Cucurto, Diegues é !ilho deste desejo latino-americano de cruzamentos, de impurezas, de misturas do portunhol ou do “portuñol salvaje” que é praticamente um idioma situado nas zonas de fronteira entre o Brasil e outros países hispano-americanos, mais precisamente o Paraguai e a Bolívia. Diegues acrescentou o “salvaje” que pode ser entendido como uma prática literária e uma poética fundamental para uma aproximação estético-política da América Latina. Trata-se de um idioma “mixturado que hablan los pobres y los ricos miran com desprecio y la classe media no quiere ni oír” (Cucurto in Diegues, 2017).
Referências
Raúl, B. (1980). Longitudes: crônicas de viagens. Porto Alegre: Instituto Estadual do Livro.
Bueno, W. (1992). Mar Paraguayo. São Paulo: Iluminuras.
Diegues, D. (2017). Triple Frontera Dreams. Buenos Aires: Interzona.
— (2019). Era uma vez en la fronteira selvagem. São Paulo: Edições Barbatana.
Sequera, G. (2006). Kosmofonia Mbya Guarani. Org. Douglas Diegues. São Paulo: Mendonça e Provazi editores.
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