Literaturas africanas, história e cultura: uma arqueologia radical e diversas interrogações

Autores

  • Ana Maria Martinho NOVA FCSH CHAM — Centro de Humanidades

DOI:

https://doi.org/10.34913/journals/lingualugar.2021.e528

Palavras-chave:

Literaturas africanas, História, Cultura, Literatura radical, Indigenous Methodologies

Resumo

Neste artigo procuramos discutir algumas das questões que a circulação do texto literário africano impõe e permite, na contemporaneidade, sendo certo para nós que tal só pode ser concretizado quando posto em relação com a história, a cultura, as artes. O futuro da receção e estudo destas literaturas depende da mudança assumida dos lugares de escuta, de fala e de produção crítica e aí pode residir a sua importância na desconstrução de modelos convencionais de leitura, o que entendemos como fundamental. Por isso nos interessam o escopo da definição de literatura radical e correspondentes metodologias críticas subversivas. A literatura, tal como as artes e a história, pode responder no fundo a questões da natureza equivalente, nomeadamente àquelas que rompem com o cânone e que não se limitam à discussão do que mudou entre textualidades de validação colonial e as suas muitas versões pós-coloniais.

Biografia Autor

Ana Maria Martinho, NOVA FCSH CHAM — Centro de Humanidades

Ana Maria Martinho é Professora Associada na Universidade Nova de Lisboa, Membro da Comissão Executiva do Departamento de Estudos Portugueses, Investigadora Integrada do CHAM – Centro de Humanidades (onde coordena a Linha Temática e o Seminário Permanente em Estudos Africanos) e Investigadora Associada do CREPAL. Tem experiência de investigação e docência universitária em Portugal (além da Universidade Nova, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica) e no estrangeiro (nomeadamente nos Estados Unidos, Reino Unido, França e Angola). Integra as Cátedras de Língua Portuguesa das Universidades de Cabo Verde e Católica de Angola. Coordena um Curso de Mestrado na FCSH, é responsável por Seminários e Cursos em todos os níveis de docência e orienta teses académicas e projetos de investigação avançada em Portugal e no estrangeiro. Faz parte das Comissões Científicas e Editoriais de eventos científicos, Revistas Académicas e Unidades de Investigação. A sua obra centra-se nas Literaturas e Culturas em Língua Portuguesa. Destacam-se títulos como Cânones Literários e Educação: os Casos Angolano e Moçambicano; The Protean Web: Literature and Ethnography in Lusophone Africa; Seminário Permanente em Estudos Africanos. Refiram-se entre os ensaios trabalhos sobre Teoria e Crítica e autores como António Jacinto, Suleiman Cassamo, Ruy Duarte de Carvalho, Orlanda Amarílis, Pe. António Vieira, João Rui de Sousa, os autores da Mensagem da CEI. Tem-se dedicado desde o início da sua carreira à divulgação das Literaturas em Língua Portuguesa e a cooperação académica internacional, também no âmbito do Português como Língua não Materna.

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Epistemic Decolonization through the Colonial, Anti- and Post-Colonial Archive in

Contemporary Art | Vista (revistavista.pt)

Literaturas Africanas — Ana Maria Martinho

Publicado

2021-08-12 — Atualizado em 2021-08-31

Versões

Como Citar

Martinho, A. M. (2021). Literaturas africanas, história e cultura: uma arqueologia radical e diversas interrogações. Língua-Lugar : Literatura, História, Estudos Culturais, 2(3), 84–99. https://doi.org/10.34913/journals/lingualugar.2021.e528 (Original work published 12 de Agosto de 2021)