A revolução do 25 de Abril: memórias e sua transmissão
DOI:
https://doi.org/10.34913/journals/lingua-lugar.2024.e1909Palavras-chave:
25 de Abril, memória, cinema português, literatura portuguesa, revoluçãoResumo
As comemorações dos 50 anos da revolução que trouxe a democracia a Portugal ocasionaram uma discussão pública sobre a revolução e o modo como diferentes setores da sociedade a recordam e interpretam. Meio século depois do golpe de estado que derrubou um regime ditatorial de 48 anos, o chão comum que se poderia esperar estar consolidado, é ainda percorrido por dissensões que fazem eco ao momento político e social que se vive no presente. Mas não foi sempre assim? Se o dia é recordado de modo bastante consensual como uma festa, como descreve Sophia de Mello Breyner Andresen: “Esta é a madrugada que eu esperava / O dia inicial inteiro e limpo / Quando emergimos da noite e do silêncio [...]” (2015, p. 668) , os relatos dos dias turbulentos do processo revolucionário e do seu final são muito menos convergentes, porque as ideologias que se confrontaram na altura ainda defendem versões diferentes desses acontecimentos. Na memória coletiva, esses tempos permanecem confusos. Qual foi a memória que prevaleceu e quando? Por quem foi transmitida? Por que meios? Através do cinema, da literatura, e de algumas incursões na ocupação do espaço público, tentaremos ver quais são as diferentes narrativas que se cruzam na memória colectiva.
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