Resgatar ao presente Barahona Possollo
DOI:
https://doi.org/10.34913/journals/lingua-lugar.2024.e1906Palavras-chave:
Barahona Possollo, erotismo, gay, pinturaResumo
O facto de Barahona Possollo ter integrado a galeria de retratos da Presidência da República deu considerável relevo mediático à discrepância entre a sua obra de retratista e a temática erótica, ostensivamente sexualizada, do grosso da sua pintura. Tecnicamente brilhante e tematicamente ousada, a pintura de Possollo, ao contrário das vanguardas estéticas queer, não tira partido da experimentação oficinal. Repartida por quatro grandes áreas temáticas, Mitologia, Eros, Melancolia, Retrato, ela inspira-se nas formas da Antiguidade egípcia e clássica para abordar a tensão entre Eros e Thanatos. Por outro lado, nas exposições All You Can Eat (2013) e Behind the Green Door (2020), a obra de Possollo assume um caráter decididamente político e interventivo. O programa estético-político de Possollo materializado nessas duas exposições remete para a libertação da vergonha sexual, com o propósito mais vasto ainda de uma transformação das masculinidades, mas tem por base as premissas do freudo-marxismo que não são inteiramente coerentes com a maneira como o próprio pintor encara a sexualidade e o desejo.
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