Migrations, diversité culturelle et éducation des jeunes et des adultes travailleurs au Brésil
Résumé
Dans les dernières années, la migration des travailleurs ruraux en quête d’insertion économique et sociale a entraîné une augmentation de la demande d’une éducation des jeunes et des adultes, surtout dans le milieu urbain. L’articulation entre les savoirs scolaires et les savoirs non-formels - construits par les étudiants dans leurs pratiques sociales de travail - est un des principaux défis posés aux programmes de formation des formateurs.
L’objectif de cet article est de réfléchir sur les relations entre le mouvement migratoire des personnes - n’ayant pas eu d’accès à l’école à l’âge voulu - et les questions politico- pédagogiques, qui se posent en éducation des jeunes et des adultes, considérant la formation permanente des enseignants. Cette dernière se centre sur la diversité culturelle, comme étant l’un des moyens de surmonter les problèmes éducatifs actuels.
Dans la première partie de l’article, nous présentons les caractéristiques historiques de l’éducation des jeunes et des adultes au Brésil, tout en considérant les données sur l’analphabétisme et l’analphabétisme fonctionnel, comme étant des indicateurs du cadre actuel des inégalités socio-éducatives. Dans la seconde partie, nous nous pencherons sur certains principes théorico-méthodologiques que nous considérons fondamentaux dans l’élaboration de projets politico-pédagogiques de formation d’enseignants pour les jeunes et les adultes, tels quels: le dialogue et la construction de savoirs; la participation et la formation à la citoyenneté; la diversité culturelle, la cohésion sociale et l’éducation.
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