Apreender a alteridade: auto e heterorrepresentações
DOI:
https://doi.org/10.34913/journals/lingualugar.2020.e416Resumo
O ser humano é um animal social. A atual situação pandémica e as limitações que impõe aos contactos sociais lembram-nos esta realidade a cada dia que passa. O indivíduo estabelece relações com o Outro, desde o dia em que nasce, primeiro com a família próxima, para pouco a pouco ir alargando o seu mundo de relações e se inserir numa matriz social, que cria o sentido de pertença a um grupo, um Nós. É no seio dessa matriz que cada indivíduo vai formar a sua identidade, através das trocas, contactos e relações que vão orientando as suas escolhas identitárias, quer estas se alinhem com o coletivo, quer se demarquem do mesmo. É nesse sentido que os filósofos da identidade afirmam que o Eu só se pode formar por confronto com o Outro. Como o explicou Paul Ricoeur, entre vários filósofos, só pode ter uma forma narrativa, pois definir-se é, em última instância, contar-se. Indivíduos ou coletividades definem-se através das histórias que contam a si e aos outros sobre si (Ricoeur, 1991). Stuart Hall confirma-o afirmando que a identidade se constrói no interior e não no exterior da representação.
Referências
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